Homem de formação esmerada, talentoso, cuja cultura era invejada, Agostinho foi para a sua época um prodígio, um coração inquieto a procura do saber, um homem sedento da verdade.
Em sua necessidade de se descobrir, travava consigo mesmo uma luta que o levava ao encontro da graça pelo caminho da interioridade. Em sua cabeça passavam momentos vividos que o atormentavam, as guerras íntimas, os arroubos da juventude, a ânsia do saber.
No auge do desespero, deu vazão ao choro e, entre lamentos, perguntava: por quanto tempo andarei a clamar? Será agora? E assim falava e chorava, quando a voz de uma criança cantava: “Toma e lê”.
Abalado e, num impulso, tomou das mãos do amigo Alípio as Epístolas dos Apóstolos, e abrindo ao acaso lê: “Vivamos honestamente, como pessoas que vivem na luz do dia. Nada de comilanças ou bebedeiras, nem volúpias, nem luxúrias, nem brigas, nem rivalidades” (Rm 13, 13).
Ao término desta leitura seu coração foi penetrado por uma luz serena e todas as dúvidas se dissiparam. Isto ocorreu no ano 385, em Milão, na casa de Alípio.
Junto com o amigo foram à procura de Mônica narrar o sucedido. Sua mãe bendisse ao Senhor, pois Ele lhe havia concedido muito mais do que pedia com muitas lágrimas.
Após um ano de preparação, Agostinho foi batizado na vigília Pascal, no dia 24 de abril de 387, pelo então bispo Ambrósio.
Agostinho foi inspirador de vida religiosa, aclamado pelo povo sacerdote, mais tarde consagrado Bispo de Hipona.
Pela grandiosidade de sua obra, é considerado o último gênio da era antiga e o primeiro dos tempos modernos.