Paróquia Nossa Senhora da Saúde

Ordem dos Agostinianos Recoletos

Arquidiocese de São Paulo

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Paróquia Nossa Senhora da Saúde

Ordem dos Agostinianos Recoletos

Arquidiocese de São Paulo

A ARTE SACRA PARA INFORMAR AOS PAROQUIANOS A SUA RIQUEZA QUE FAZ LEMBRAR A PALAVRA DE DEUS

Waldir Celestino

Vimos ao site da Paróquia com louvor relembrar os temas de “Conheça Sua Igreja”, matérias do jornal Paróquia Viva de seu terceiro, quarto e oitavo anos, as quais mostram os afrescos, curiosidades e a arte tão rica no templo de nossa paróquia, que a envolve em seu interior e exterior e nos envolve em deslumbramento quando da nossa apreciação, que dão, muitas vezes, forma às nossas orações.

Os vitrais em ambos os lados da nave e na entrada da igreja demonstram cenas Agostinianas e Santos da Ordem, que faz a paróquia ser intitulada de “a mais Agostiniana”.

Os púlpitos, onde palavras de sabedoria enriqueciam os fiéis, formam uma tribuna de eloquência para nossas reflexões, de onde, no passado os padres pregavam os ensinamentos de Jesus, tendo as figuras de símbolos que representam os quatro Evangelistas.

No altar-mor, também, símbolos nos recordam a Eucaristia e alguns ícones, em alto relevo que contam parte da Bíblia, além dos santos: Agostinho, Mônica, Nossa Senhora da Saúde, Santa Isabel (de Portugal) e Santo Tomás de Vilanova, o “doutor” Agostiniano.

No frontispício da igreja, na parte externa, em cimento armado, os Evangelistas Mateus e Lucas guarnecem a entrada do templo.

A torre com seus quase 70 metros, um obelisco suntuoso e um dos mais belos da cidade, torna a edificação da igreja uma mistura de arquiteturas, que enriquece o bairro de Vila Mariana. Monumento tombado pelo governo do Estado há quase 50 anos.

Toda essa representação e símbolos estão presentes ao longo de um século para dar vida à Palavra de Deus, em cada celebração, para ajudar à figuração de nossa fé e contar a história do Mestre Jesus, de sua Mãe Maria e de nossa Salvação.

SÃO MATEUS E SÃO LUCAS, OS GUARDIÃES DA FACHADA DA PARÓQUIA

Acima da porta frontal e ao lado da torre estão localizadas as duas imagens dos Evangelistas Mateus, à esquerda, e Lucas, à direita, medindo 3,82m, construídos em concreto armado, na base da torre, sob desenho de Alboni e cálculos do Eng. Marino Parolari, em 1949.

Trazem consigo os Evangelhos (do grego Evangelion), que significa a recompensa pela boa notícia ou a própria Boa Nova, porque não envelhece e sempre permanecerá atual.

Mateus – também chamado de Levi, era o cobrador de impostos do povo judeu para o governo de Roma, que, posteriormente, converteu-se aos ensinamentos de Jesus e tornou-se um dos doze apóstolos. Escreveu em aramaico uma coleção de sentenças proferidas pelo Senhor Deus, mais tarde largamente ampliada e traduzida para o grego, após o ano 80, aos primeiros cristãos da Antioquia (hoje Síria). Mateus frisa o Reino de Deus (termo que aparece 50 vezes) e que Jesus é o Messias, o Filho de Davi prometido no Antigo Testamento. Demonstra todos os esforços de que se cumpriram as profecias com Jesus de Nazaré. O Evangelho de Mateus é proclamado no Ano A da Liturgia Católica e seu dia é comemorado em 21 de setembro.

Lucas – o médico caríssimo, como lembra São Paulo. Escreveu o Evangelho que apresenta a melhor linguagem e acentua mais que os outros evangelistas “o amor de Deus para com os mais desprezados”, pois afirma o Filho do Homem veio para procurar e salvar o que estava perdido (Lc 19,10). Lucas, provavelmente, não conheceu Jesus pessoalmente, nem se sabe ao certo o local onde compôs o Evangelho: Grécia, Acácia, Roma ou Antioquia, escrito entre os anos 70 e 90. Em seu Evangelho, ressalta a figura feminina, destacando a Virgem Maria, Isabel, Ana, Marta e Maria, as Santas Mulheres. Aborda um novo clima pentecostal na Igreja e faz de seus relatos o Evangelho do Espírito Santo e da alegria cristã. Dante o chama de: o Evangelista da salvação universal. Lucas também escreveu o Ato dos Apóstolos. O Evangelho lucano é proclamado no Ano B da Liturgia Católica e seu dia é comemorado em 18 de outubro.

Marcos e João, os outros evangelistas, não puderam ter suas imagens nos cantos posteriores da torre devido ao peso de duas toneladas, que abalaria a estrutura da construção.

Nossos evangelistas representam, portanto, a Palavra sempre viva da Boa Nova de Jesus, fonte de nossas vidas, em cada celebração de nossa Paróquia.

Fonte: Bíblia Sagrada, Editora Santuário, Vozes e Loyola.

A TORRE E OS SINOS DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE

A torre de nossa igreja, a mais artística e uma das mais belas dos templos de São Paulo, teve a elaboração do engenheiro Dr. Marino Parolari, sob esboço do desenhista Alboni. Levou seis anos para ser construída (1943/1949) e já passou por várias reformas, para chegar ao que é hoje. Sua arquitetura é em estilo quinhentista. É para nós e para Vila Mariana um imponente obelisco da fé! É a segunda mais alta da cidade, medindo 70m. Possui 236 degraus, a partir do início do Coro da igreja até o seu cume, divididos em cinco pavimentos. Foi totalmente reformada no ano de 2005. No segundo patamar da torre estão localizados dois sinos, que tocam automaticamente ao meio-dia e às 18 horas. A nota Lá, em suas graduações, com sua escala sonora em tom de poesia, que só a fé pode compreender tal sensibilidade. Dobram em momentos lúgubres e repicam nas festas da Igreja, como por exemplo, no dia da Padroeira, na Missa do Natal e do Sábado Santo. Não soam ao Angelus matinal, para não incomodar os residentes próximos. Os sinos lá existem desde a construção da torre, quando os dois anunciantes de bronze foram bentos com os Santos Óleos, cerimonial sagrado da Igreja. Permaneceram em silêncio por algum tempo e voltaram a badalar desde 1998, devido à dedicação e trabalho do ex-pároco Frei Ignacio Diez Lopez. Os sinos chamam os fiéis para as celebrações litúrgicas, na hora do Angelus, como verdadeiros instrumentos da paz. Os sons são o anúncio a uma celebração. Chamam o povo de Deus e emitem a própria voz d’Ele. Transmitem-nos uma alegria, uma tristeza em toques vibrantes, exultam e exaltam. Assim sendo, o bronze faz-se vida, “anunciador”, e o badalo, simples martelo rústico, faz-se percursionista, como se fossem anjos instrumentistas, trazendo em seus toques a música divinal dos céus.

O CORO, ONDE O LOUVOR SE FAZ EM MÚSICA E LOCAL ONDE SE REZAVA O OFÍCIO DIVINO

Uma das obrigações dos sacerdotes é rezar por todos os seus paroquianos e pelo mundo de uma certa forma, além de celebrar a missa, os sacramentos e outros afazeres em seu trabalho. Essas rezas até 1986, quando a Casa Paroquial era no prédio onde é hoje o Centro das Pastorais, eram feitas pelos padres no coro da paróquia, divididas assim:

Ofício das Leituras: rezado pela manhã daí o nome Matinas, acompanhada do Ofício de Laudes, incluindo os Salmos, as leituras da Sagrada Escritura, leituras próprias, do santo do dia, comentários, e de algum Doutor da Igreja ou teólogo (quando não se tinha um santo ou uma festividade específica).

O Ofício do Meio-dia: composto por Salmos, a antífona (resposta do salmo) e uma oração.

O Ofício das Vésperas: rezado às 18 horas, composto de um Hino, dois Salmos e a Oração comum dos Fiéis.

O Ofício de Completas: composto de um Hino e três Salmos, uma pequena leitura da Bíblia e uma reza feita pelo dirigente.

Todos os Ofícios sempre terminam com uma oração feita pelo semaneiro. Os ambões (plataforma para leituras e homilias) que hoje estão no presbitério, naquela época serviam, lá no coro, de pequenas tribunas para os oradores. Aos sábados os frades cantavam a Salve Regina et Joseph. Hoje, os padres rezam o Ofício Divino diariamente na capela dos agostinianos, no andar da residência paroquial. No coro há um órgão Hamond desde a década de quarenta, restaurado por Romeu Casagrande, falecido há alguns anos. Hoje não mais usado. O Coro é o local de onde os corais em casamentos apresentam-se, devido à sua acústica perfeita pelo teto abobadado.

Ao fundo do Coro há um vitral circular da nossa Padroeira. Não importa se você está entrando ou saindo da igreja, N. S. da Saúde estará sempre lhe acompanhando.

Que o louvor deste lugar tão especial do templo simbolize, através das músicas, o cantar vindo do alto para retornar ao céu a nossa dedicação e devotamento a Deus.

A PRESENÇA DOS EVANGELISTAS NOS PÚLPITOS DA NOSSA IGREJA

No último livro das Sagradas Escrituras, o Apocalipse de São João (4, 6-7), ele descreve uma visão simbólica: Quatro seres vivos de aspectos diversos: de homem, de águia, de boi e de leão.(Como estão dispostos nas escadarias dos dois púlpitos). Desde Santo Irineu, no século II, a Igreja aplica tal visão aos quatro evangelistas e cada símbolo representando cada um deles que são:

A figura de Homem ou Anjo representa Mateus, que prova aos israelitas ser Jesus o Messias prometido no Antigo Testamento. Compôs o Evangelho em aramaico, língua popular em toda a palestina já nos tempos de Jesus, por volta dos anos 80 d. C, em 28 capítulos.

A Águia de voos altíssimos é João, que considera a origem eterna do Cristo-Verbo, que é um único Deus com o Pai e o Espírito Santo. Provavelmente, escreveu o Evangelho na Ásia Menor, em Éfeso, pelos anos 95 e 100 d.C., tendo 21 capítulos.

A figura do Boi caracteriza, com seu alto mugido, a mensagem de Cristo para a salvação universal, o que transparece da narração de Lucas, também escrito pelos anos 80 d.C., em 24 capítulos.

O Leão simboliza Marcos, que demonstra ser Jesus o forte e onipotente Filho de Deus, o “Leão da tribo de Judá” que veio para salvar o mundo. Foi escrito provavelmente em Roma, em língua grega já com latinismos, por volta dos anos 67 e 68 d. C. Com 16 capítulos.

Os quatro Evangelhos abordam a Infância, a Vida pública de Jesus, assim como a pregação, discursos e orações; a sua Paixão, morte e Glorificação. Estão presentes na liturgia de cada celebração de nossa Paróquia, demonstrando a fé e a perseverança em Deus Verbo Divino para a Salvação de todos os fiéis.

Fonte: Santo Evangelho de N. S. Jesus Cristo, Edições Paulinas

PÚLPITO, TRIBUNA DE ELOQUÊNCIAS PARA NOSSAS REFLEXÕES

Os púlpitos marcaram presença nos templos até a década de 60, que a partir do II Concílio Vaticano, 21º Ecumênico, as missas e homilias passaram a ser celebradas em sua língua de origem de cada nação, direto dos presbitérios, dispensando os altos púlpitos. Nossa paróquia, através do Frei Julio Sanz, em 1950, já tinha o primeiro sistema de microfones criado por ele.

Nossa Paróquia possui dois imponentes púlpitos medindo 4,50m e até o dossel 6m. Têm esculpidos em seu derredor quatro ícones de Doutores da Igreja, aqueles que interpretam a doutrina fundamental desta Igreja, em diversas obras teológicas ou até mesmo com sua própria vida, declarada posteriormente pelo Papa.

Os púlpitos, dentro da arquitetura adotada, obedecendo ao estilo da própria igreja, foram criados em 1943. A pintura, nessa ocasião, foi feita por Hectore Moretti.

No púlpito do lado direito e abaixo do altar de N.S. da Consolação está escrito em latim: Dignare me laudare te Virgo Sacrata – “Concedei-me que vos louve, Virgem Sagrada”. Possui também, como o do lado oposto, quatro ícones representando outros quatro importantes Doutores da Igreja.

Santo Afonso Maria de Ligório – Nasceu na Itália, em 1895. Bispo escritor poeta e musicista. Foi fundador de uma das mais ativas e numerosas congregações, os padres Redentoristas, dedicadas a pregações de retiros, missões populares, em favor das classes mais pobres. Doutorou-se em Direito Civil e Eclesiástico. Abandonou a advocacia e ordenou-se aos 30 anos. Pregava seu exemplo de virtude, de penitência, o que o levou a ser bispo das proximidades de Nápoles. Deixou 120 obras e tratados de teologia moral, sermões etc. Morreu com 91 anos.

São João Crisóstomo – Nasceu na Antioquia, Síria, em 348. Iniciou sua notável atividade pastoral como escritor e orador sacro. Escreveu um tratado sobre o sacerdócio. Obteve a alcunha de “Boca de Ouro”. Substituiu o patriarcado de Constantinopla, que muito o fez sofrer com a sociedade avarenta, corrupta e intolerante da época. Denunciou em seus sermões o mundanismo, o luxo, a imoralidade da vida social, as intrigas da vida política, as ingerências da corte. Sua obra escrita consiste em sermões e comentários às Cartas de São Paulo. Faleceu com 50 anos.

São Tomás de Vilanova – Nasceu em 1488 em Toledo, Espanha. Menino e homem dos pobres. Teólogo. Ingressou no Convento de Santo Agostinho com 28 anos, fez os votos professos com 29 e ordenou-se com 30. Eloquente orador, escreveu os “Sermões a Virgem Maria”. Foi Prior de quatro casas religiosas, Vicário Geral e Provincial da Ordem Agostiniana e, posteriormente, Arcebispo de Valência. Chamavam-no de O Esmoleiro. Em 1550 fundou o Colégio Maior da Apresentação em Valência. Em seus sermões enfatiza a moral, os costumes, principalmente a dos eclesiásticos e iniciou a retomada aos alicerces da Igreja, que contribuíram a retomada contribuiu? à convocação do Concílio de Trento, anunciado pelo Papa Paulo III, em 1545. Morreu com 67 anos numa incondicional dedicação ao legado de Santo Agostinho, que condiz com a entrega ao serviço da Igreja e dos pobres (São Tomás não é ainda Doutor da Igreja, mas sim considerado pela Ordem Agostiniana. A sua imagem está também no altar-mor de nossa Paróquia).

São Gregório Magno – Nascido em Roma, de família senatorial, em 540. Usou de sua fortuna para construir sete mosteiros para monges beneditinos. Foi representante papal na corte de Constantinopla e sucessor do Papa Pelágio II. Escreveu a Regia Pastoral e depois redigiu o Livro dos Diálogos. Orador inflamado e escritor fecundo sobre temas bíblicos. Homem de grande contemplação e de intensa vida espiritual. Faleceu em 604, com 65 anos.

No púlpito do lado esquerdo do templo e abaixo do altar do Sagrado Coração de Jesus está escrito em latim Cristum praedicamus et hunc crucifixum – “Pregamos sobre Cristo, Este crucificado!” Os ícones representam:

São Jerônimo – um dos maiores Doutores da Igreja, monge de cultura enciclopédica, que viveu no século IV. Foi chamado a Roma pelo papa Dâmaso, com a incumbência de traduzir a Bíblia para o latim, que se denominou a Vulgata, portanto São Jerônimo é o padroeiro dos estudos bíblicos sendo seu dia 30 de setembro, o Dia da Bíblia.

Santo Ambrósio – aparece no final do Império Romano. Tornou-se bispo e teve grande atuação no campo pastoral, político, litúrgico e doutrinal. Foi canonizado com o título de grande doutor e Padre do Cristianismo do Ocidente. Deixou muitos sermões em latim clássico.

Santo Agostinho – Viveu entre os séculos IV e V. De mocidade inquieta, mas de inteligência incomparável. Converteu-se com 33 anos e foi batizado por Santo Ambrósio. Escreveu mais de mil obras estudadas até hoje. Revelou-se pastor da diocese de Hipona, por 34 anos. Bispo zeloso, iluminado e mestre insuperável de espiritualidade. Escritor notável em todos os assuntos teológicos. Foi definido como o mais profundo pensador entre os escritores do mundo antigo e ainda o gênio metafísico mais portentoso. Santo da Solidariedade e do Povo. Morreu com 76 anos.

Santo Tomás de Aquino – Viveu no século XIII, de nobre família, mas deixou toda nobreza para seguir sua vocação. Grande colaborador do pensamento cristão. Escreveu uma obra considerada fundamental do pensamento humano denominada Suma Teológica, que marcou a orientação de filosofia e teologia da Igreja durante meio milênio. Foi um exemplo de pureza de vida e de desapego às coisas mundanas.
Aprendemos com essas virtudes: muito temos que nos espelhar para que nossa cristandade possa cada vez mais se expandir na verdadeira fé do amor a Deus.

Há muitos outros Doutores, que não estão aqui descritos.

Reflito sobre o que nos ensinou Dom Servilio Conti: “os modos de vida de cada um desses exemplos se agigantaram no firmamento do pensamento católico como as torres das catedrais góticas, a desafiar os tempos e a apontar para os mistérios de Deus”.

SACRÁRIO, ONDE SE MANTÉM A PRESENÇA DE DEUS EUCARÍSTICO ENTRE TODOS

“O Senhor esteja convosco! Ele está no meio de nós!”

SACRÁRIO – pequeno armário colocado sobre o altar e no qual se guarda o santo cibório, que é o vaso em que se mantêm as hóstias ou partículas consagradas. Sacrário pode ser comparado à Arca da Aliança do Antigo Testamento (com as Tábuas da Lei e o maná do deserto), que era colocado no Santa Santorum da tenda. Acima, encontra-se o baldaquino – cúpula ou a coroa do altar da custódia: em nossa paróquia, de mármore, feito como todo o envoltório do sacrário, por Carlos Friti no final dos anos 50, tendo um crucifixo prateado, substituído apenas pelo ostensório, em certas ocasiões.

UMA VISÃO DO SACRÁRIO – É forrado por dentro com um corporal com quatro cortinas (lembrando a Arca da Aliança). Há uma cortina externa ou véu chamado conopeu, cuja cor varia de acordo com o tempo litúrgico (branca, verde, vermelha ou roxa). Ao lado de fora do sacrário há um purificador, recipiente onde toda partícula, que escapa da âmbula, é ali dissolvida em sua água e, depois, jogada à terra. Deve haver sobre o purificador um sanguinho – semelhante ao que tem o padre na missa – pano de linho retangular no qual o sacerdote enxuga os lábios, a âmbula (taça em que se servem as hóstias) e o cálice após a consagração do vinho em sangue.

O sacrário é trancado e a chave guardada por um Ministro Extraordinário da Eucaristia ou pelo próprio sacerdote. Há ainda, no lado externo, uma bolsa (que também obedece a cor do tempo litúrgico) onde fica guardado o corporal – pano branco de linho com uma cruz, colocado no centro da mesa, onde, sobre ele, ficam o cálice e a hóstia consagrada. A luz vermelha ou verde do sacrário é mantida sempre acesa, demonstrando a presença de Deus no templo. Em algumas igrejas não se localiza dentro do presbitério (como na Catedral da Sé, de São Paulo), mas numa capela ou próxima do altar do Santíssimo. Quando a pequenina luz for elétrica e falta energia, deve ser imediatamente substituída por uma vela ou lamparina. Em nossa paróquia, a luz está à esquerda do altar, num belíssimo pêndulo, feito de bronze dourado, tendo ícones, ao seu redor, os doze apóstolos, (as doze tribos de Israel). É sempre uma luz pequenina num canto do altar-mor, mas sua representação ilumina não só a Igreja, nem só os fiéis, mas o mundo inteiro.

A PEDRA D’ARA, ALTAR COM RELÍQUIA, ONDE SE CONSAGRAM O PÃO E O VINHO

Sob a mesa de todo altar de uma igreja existe uma pedra, que contém relíquia de um ou mais santos, ali deixada para a Consagração durante as missas. Isso relembra os primeiros cristãos que, por terem que se esconder dos perseguidores, celebravam o ritual da Santa Missa dentro das catacumbas, que eram esconderijos secretos e seguros.

Nossa Paróquia possui, no altar-mor, a pedra com a relíquia de dois santos, denominados São Lactâncio e Santa Engrácia. São Lactâncio, mártir que viveu entre os séculos III e IV, foi um autor entre os primeiros cristãos, que se tornou conselheiro do primeiro imperador romano cristão, Constantino I, guiando sua política religiosa que começava a se desenvolver e sendo o tutor de seu filho. Santa Engrácia, mártir, que viveu no século XI, na cidade de Braga, Portugal, dedicada ao amor de Jesus, rejeitou um casamento, que seu pai arranjara. O noivo, mouro, revoltado, perseguiu-a e a decapitou. Seu corpo fora encontrado próximo a um mosteiro Agostiniano, no Reino de Leão, onde os religiosos fizeram seu sepultamento.

Esses Santos tão pouco conhecidos estão sempre, de certa forma, em todas as celebrações de nossa Paróquia, dando-nos o exemplo do amor a Jesus.

Ao ensejo, lembramos que a mesa do altar da Basílica de São Pedro, no Vaticano, não tem a Pedra d’Ara, por já estar localizada sobre a tumba do primeiro querido Apóstolo de Jesus, que predisse em Cesareia de Filipe: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (cf Mateus 16,18 )

ÍCONES DO ALTAR-MOR CONTAM A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS

No altar-mor podemos observar com admiração ícones de seis pinturas em alto relevo, medindo 1,47m x 1,04m, que nos mostram passagens das Escrituras Sagradas, exemplos de mensagens divinas ao longo dos tempos ao povo de Israel e, hoje, a todos nós, Povo de Deus. Criados pelo escultor Carlos Friti, na década de 1950, vamos conhecer o seu significado:

CAIM E ABEL: Os dois filhos de Adão e Eva eram agricultor e pastor. Caim, dominado pela avareza e inveja, irritou-se grandemente com Abel, levou o inocente irmão ao campo e lá o matou. A presença de Deus fugiu de Caim e, desde então, a maldição, como fogo dos céus, caiu sobre ele. Levou o resto de sua vida torturado pelos mais cruéis remorsos e se tornou um errante fugitivo sobre a terra. Teve sua descendência, mas viveu sempre longe da presença de Iaveweh. Foi morar na terra de Nod, a Leste do Éden, até o fim de seus dias. (cf Gn 4, 1-16)

A SERPENTE DE BRONZE: Os hebreus rebelaram-se contra Deus e Moisés, queixando-se de os haver tirado do Egito e mostrando-se enfastiados do maná.

Em castigo dessas murmurações, o Senhor mandou contra eles serpentes venenosas, as quais mordendo-os, mataram grande parte deles. Os hebreus, apavorados com aquela praga, correram a Moisés e pediram-lhe que lhes impetrasse de Deus misericórdia. Com o arrependimento, Deus ordenou a Moisés que fizesse uma grande serpente de bronze e a colocasse numa haste e todo aquele que tivesse sido envenenado e olhasse depois para a serpente, seria imediatamente curado. (cf Nm 21, 4-9)

A serpente de bronze era a figura de Jesus Cristo, que mais tarde devia ser levantado na Cruz, no alto do Calvário, e com sua morte viria a salvar todos aqueles que tivessem nEle colocado sua esperança.

A SANTA CEIA: Jesus quis, pela última vez, comer o cordeiro pascal. Na véspera em que Ele ia ser entregue, reuniu-se à mesa com os doze discípulos, antes lavou os pés de cada um, provando sua humildade. Ali revelou que um deles haveria de traí-Lo. Eles horrorizados perguntavam “Serei eu?” inclusive o traidor com ousadia.

Naquela noite e naquela ceia, Jesus instituiu a Eucaristia, partiu o Pão (que era Seu Corpo) e o distribuiu, assim como o Vinho (que era o Seu Sangue), e mandou que sempre se fizesse isso em sua memória até o fim dos tempos. (cf Mc 14, 12-25)

Lembremo-nos que hoje este Sacramento não é uma recordação de quando fez Jesus, mas dá aos fiéis aquele mesmo corpo e sangue que Ele sacrificou na cruz. “O corpo, que será sacrificado por nós”.

O SACRIFÍCIO DE ABRAÃO SOBRE SEU FILHO ISAAC: Por volta do ano 2068 a.C. o Senhor Deus determinou que Abraão tomasse seu único filho e sobre o monte Moriá o oferecesse em sacrifício. Sem proferir palavra alguma, Abraão obediente, subiu com o rapaz levando lenha e um jumentinho. Issac, sem saber que ele seria a vítima do sacrifício, indagou ao pai o que seria a vítima. Abraão respondeu-lhe: “O Senhor providenciará”. Pediu que ele apenas obedecesse. Tomou a faca, estendeu o braço, e quando já ia vibrar o golpe para sacrificar o filho, um anjo do Senhor lhe bradou: “Abraão, Abraão, detém-te; não faças mal ao menino. Agora sei que temes verdadeiramente a Deus, pois que para obedecer não hesitaste em sacrificar seu único filho”. Numa moita ali perto estava um carneiro amarrado, Abraão usou dele para o sacrifício e Deus o abençoou pela obediência, renovando-lhe três promessas em Canaã. (cf Gn 22, 1-19)

Deus sempre abençoa aqueles que observam os seus preceitos.

ELIAS E OS PROFETAS DE BAAL: Os campos estavam áridos. Elias se apresentou a Acab que o insultou dizendo que ele perturbava o povo de Israel. Elias respondeu que não era ele que o fazia, mas sim o próprio Acab, que abandonara o Deus de seus pais, o Deus Verdadeiro, para adorar a Baal. Elias pediu que se reunissem no monte Carmelo todos os sacerdotes de Baal e o rei assim consentiu. Lá Elias, inspirado por Deus, proclamou: “É necessário agora provar se o verdadeiro Deus é o de Baal ou o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó”. Os sacerdotes de Baal deveriam levantar um altar, colocar suas vítimas sobre a lenha, mas sem lhes atear fogo. Elias faria o mesmo. Invocariam cada um o seu deus e aquele que mandasse fogo do céu, esse seria o Deus verdadeiro. Os sacerdotes de Baal gritavam, gritavam ao seu falso deus. Elias orou: “Senhor Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó, digna-te escutar-me e faze ver hoje a este povo que tu és o verdadeiro Deus!” Antes de terminar a oração, veio fogo dos céus e consumiu o holocausto, as pedras e a água do rego. À vista de tal prodígio, a multidão atônita exclamou: “O Deus de Elias é o verdadeiro Deus!” Os sacerdotes de Baal foram presos e depois condenados. (cf 1Rs, 18, 1ss).

MELQUISEDEQUE: Era rei de Salém (depois Jerusalém) e ao mesmo tempo sacerdote do Deus verdadeiro. Sabendo da vitória de Abraão sobre quatro pequenos reinos, por causa das prisões dos reis de Sodoma e Gomorra e de seu sobrinho Lot, foi ao seu encontro. Ofereceu pão e vinho, em sacrifício a Deus. Abraão, reconhecendo que de Deus lhe viera a vitória, quis honrá-lo na pessoa de seu ministro e deu a Melquisedeque a décima parte do quanto havia conquistado. O rei de Sodoma agradecido a Abraão queria apenas a liberdade de seu povo. Mas o vencedor não concordou e lhe restituiu generosamente todos os espólios. (cf Gn 14, 17-20).

Com isso, temos, em gravuras, a representação da fé na história sagrada, os exemplos de obediência, vitória e da prova do Deus Javé ser o verdadeiro Deus de ontem, hoje e sempre.

Fonte: História Sagrada de Dom Bosco

SAIBA QUEM SÃO OS SANTOS DO ALTAR-MOR

Esta preciosa obra foi feita pelo escultor Carlos Friti em 1950, conforme esboço dos engenheiros-arquitetos Deslibe e Lacuz. Em 1953, os pintores Henrique Cossim e Fernando iniciam seus trabalhos, tendo a imagem de Nossa Senhora da Saúde ao centro e os seguintes santos:

SANTA MÔNICA —Nasceu em Tagaste, norte da África no ano 331. Foi um exemplo de mãe e cristã. Seu maior exemplo de fé foi a paciência e persistência, as lágrimas e orações, para a conversão de seu filho mais velho, Aurélio Agostinho. Sofreu duras penas com seu esposo Patrício, pagão e rude, mas Mônica sempre soube persistir em suas orações. Com a conversão do filho Agostinho, foi com ele conhecer Roma. Na volta, na cidade portuária de Óstia veio a falecer, no ano de 387.

SANTO AGOSTINHO – Doutor da Igreja, nascido também em Tagaste, no ano 354. Estudou em Cartago. Foi professor de retórica e gramática, em Milão. Em meio às suas incertezas, certa vez, ouviu uma doce voz que lhe dizia: “Toma e lê!”. Agostinho converteu-se, foi batizado pelo bispo Ambrósio e ordenado sacerdote. Em seguida, substituiu o bispo de Hipona. Revelou-se iluminado, pai dos pobres, mestre insuperável. Escritor fecundíssimo em todos os assuntos teológicos e defensor infatigável da ortodoxia. Escreveu inúmeras obras importantes, dentre elas “Confissões”, A Cidade de Deus”, Solilóquios”, “Sermões” etc. Todas são estudadas até hoje. Faleceu com 76 anos, em Hipona.

SANTO TOMÁS DE VILANOVA — Tomás García, nasceu em Fuenllana (Ciudad Real -Espanha) em 1486. De família de agricultores, era dotado de desmedida caridade, que recebeu a alcunha de “O Esmoleiro”. Amante do saber, estudou em Alcalá. Renunciou a herança do pai, dividindo-a aos pobres e fundou um hospital. Não hesitou ao chamado de Deus para o trabalho da evangelização. Foi ordenado com 28 anos no Convento de Santo Agostinho de Salamanca e, depois, Prior em diversas Comunidades da Espanha e Portugal. Foi confessor do imperador Carlos V. Sua sagração de Arcebispo de Valência (Espanha) deu-se em 1544. Um pouco de sua oratória está em suas obras “Conciones” e “Sermões da Virgem”. Tomás faleceu em 1555, em Valência.

SANTA ISABEL DE PORTUGAL — Nascida na Espanha, em 1270, filha do rei D. Pedro III. Foi dada em casamento a D. Diniz, rei de Portugal e infiel esposo. Mulher muito religiosa, devotada aos pobres e doentes. Era chamada a Santa Rainha pelos súditos. Teve dois filhos, mas criou também os adulterinos do rei. Quando ficou viúva, retirou-se para o mosteiro das Clarissas de Coimbra. Faleceu numa viagem em 1336, com 56 anos.

Possamo-nos espelhar em cada um com seu exemplo de fé e cristandade, e que todos roguem a Deus por nós.

O ESCUDO AGOSTINIANO – NOBREZA DA CARIDADE, CIÊNCIA E LUZ DE AGOSTINHO ANTE O REINO DE DEUS

BRASAO NOVO

Acima da entrada do presbitério de nossa Paróquia, temos o Escudo da Ordem Agostiniana Recoleta que se explica assim: – o Coração e o fogo (Cáritas) significam a caridade e o amor abrasador de Santo Agostinho, o Doutor da Graça. O Livro – a Ciência. A Correia representa o hábito e a padroeira N. S. da Consolação, que em aparição a Santa Mônica, já viúva, cingira-se com uma correia, símbolo de quem se conservava casto. O Chapéu é a designação de uma ordem clerical. Acima a Estrela de Agostinho na Igreja, que brilha em grande magnitude.

Uma Breve História – Durante o período contra reforma foi fundada a Ordem pelo primeiro provincial Sto. Tomás de Vilanova, Luís de Montoya e Alonso Orosco. A Ordem Religiosa surge em 1588, no convento de Talavera, Espanha. Surge em quatro períodos: no primeiro, ergue-se uma província; no segundo, converte-se em congregação; no terceiro, as vicissitudes e restauração, e, no quarto, converte-se em Ordem Religiosa. Anos mais tarde se espalha por diversos países e recebe N. S. da Consolação como sua Padroeira.

A OAR, anteriormente denominada Agostinianos Descalços, é uma ramificação da Ordem de Santo Agostinho (OSA), o Homem da solidariedade e do povo que, no século IV, reuniu um grupo de amigos, Alípio, Possídio e outros com seus mesmos ideais, formando uma comunidade onde tudo era comum. O ideal consiste em uma vivência profunda da experiência de Deus, inspirada no exemplo de Agostinho, tal como a partilha e crescimento em comunidade e o serviço à Igreja.

Hoje a Ordem possui mais de 2000 religiosos, configurada em sete províncias, estabelecidas em vinte países dos quatro continentes. No Brasil, já há mais de cem anos, está presente em oito Estados dentro de suas Províncias, assim: Província de Santo Tomás de Vilanova, compreendendo cidades dos Estados de SP, PA (Ilha de Marajó também), RJ e PR; Província Santa Rita, compreendendo SP, RJ, ES e MG, e a Província de São Nicolau de Tolentino, compreendendo CE e AM, no qual foram unificadas em 2016, todos dentro da proposta da evangelização como determinou Nosso Senhor Jesus Cristo, nas áreas de missões, colégios, paróquias e obras sociais, a serviço da Ciência e da Caridade.

Fonte: Agustinismo en 20 Leciones, de Pe. Carlos E. C. Sánchez; Recoleção Agostiniana e História de Santo Agostinho.

SÍMBOLOS DO ALTAR: SINAIS QUE DEMONSTRAM OS EXEMPLOS DE DEUS

Os símbolos, também dentro da Igreja, são as marcas e sinais que nos demonstram os mistérios do culto e os exemplos das promessas de Deus.

Estão localizados horizontalmente no altar-mor, essas figuras simbólicas, construídas pelo escultor Carlos Friti, na década de 1950, e agora as descrevemos para esclarecimento singular de todos.

Pelicano – O pelicano é uma ave que nos lembra a atuação de Cristo. Assim como esta ave alimenta seus filhotes com seu sangue, Cristo com o seu próprio sangue alimenta os fiéis na Eucaristia e o derramou, na cruz, para a nossa Salvação.

XPistós – Cercada de uma grinalda triunfante, simbolizando as duas pombinhas, as almas dos fiéis, este é um dos principais símbolos da Ressurreição de Cristo. XPistós, do grego Peixe, o código dos primeiros cristãos, que eles usavam entre si.

A Arca da Aliança – Feita por Moisés, por determinação do Senhor, em madeira de acácia, cercada de uma moldura e dois querubins de ouro, onde foi posto ali o Testemunho contendo as ordens de Deus para todos os filhos de Israel. (cf Ex 25, 10-22)

Cordeiro de Deus – “João viu Jesus se aproximar dele, e disse: “Aí está o Cordeiro de Deus, que vai tirar o pecado do mundo. Eu não o conhecia, mas para ele se manifestar a Israel é que eu vim batizar em água.” (cf Jo 1, 29.31)

Pães e Peixes – “Tomou então os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, pronunciou a fórmula da bênção, partiu os pães e entregou-os aos discípulos para que eles distribuíssem a toda a multidão”. (cf Mc 6, 41)

Nos dias de Moisés, o povo no deserto comeu o pão do céu (o maná). Agora, também, com Jesus, o povo é saciado.

O Cálice e a Hóstia (A Eucaristia) – “Na noite em que ia ser entregue, Ele tomou o pão e, depois de pronunciar a bênção, partiu-o e entregou-o aos discípulos, dizendo: Tomai, isto é o meu corpo. Depois, tomou um cálice e entregou-lho, dizendo: “Isto é o meu sangue, sangue da nova e eterna aliança que vai ser derramado por muitos.” (cf Mc 14, 22-24)

E até hoje é consagrado o Pão e o Vinho em cada celebração Eucarística, até que o Senhor retorne para a Salvação dos povos.

A Âncora – Símbolo da esperança, o que não deixa à deriva a nau. No cristianismo, o que assegura os fiéis à certeza da esperança na Salvação de Deus.

O Animal Imolado – “Oferecer-se-á ao Senhor um bode em sacrifício pelo pecado, independentemente do holocausto perpétuo é sua libação. (cf Nm 28, 15)

No Novo Testamento, o sacrifício de Cristo acabou com todos os anteriores. Por isso, os cristãos devem oferecer sacrifícios espirituais. “Se o sangue de carneiros, touros e cinza das novilhas com que se aspergem os impuros os santifica, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito Santo se ofereceu a si mesmo sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência das obras mortas para servir o Deus vivo.” (Hb 9, 13-14)

Como podemos observar, todos esses Símbolos nos denotam e nos levam aos exemplos das promessas da Salvação de Deus.

OS SIGNIFICADOS DAS PINTURAS DO ALTAR

Uma das partes mais artísticas e interessantes da Paróquia são os afrescos do presbitério, obras sacras de incontável valor.

Ao centro e acima, está a pintura feita por Nostri, pintor italiano que colaborou para esta igreja na década de 50. Chamada de “O Céu Agostiniano”, representa a visão beatífica de Deus” dos santos da Ordem Agostiniana. Estão ali, além dos agostinianos, Nossa Senhora e acima a Santíssima Trindade. Aos pés da Virgem, Santo Agostinho, Santa Mônica, Santo Alípio, (companheiro denominado por Agostinho Dimidium animae meae,- “a metade de minha alma”), São Possídio, São Nicolau de Tolentino (primeiro santo canonizado pelo sistema atual da Igreja), Santo Tomás de Vilanova, Santa Rita de Cássia, Santa Juliana de Corneliòn (tendo um ostensório às mãos) e demais santos da Ordem Agostiniana; assim como, prováveis leigos da Ordem Terceira (Fraternidade Agostiniana) glorificados no Céu.

O afresco de 8,10×4,80m, pintado pelo espanhol Adolfo Bosque, em 1959, localizado à esquerda de quem olha para o altar, retrata o Primado de São Pedro, mostrando um pouco da cena em Cesareia de Filipe, quando Simão Pedro teve a revelação de Deus de que Jesus era o Messias e Cristo, então, disse-lhe: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus, e o que ligares na terra ficará ligado nos céus, e o que desligares na terra ficará desligado nos céus. (cf Mt 16,19).

O afresco, do lado oposto, também do mesmo tamanho e pintado por Adolfo Bosque, retrata a cena da Prisão de Nosso Senhor Jesus Cristo, na madrugada, no horto do Getsêmani, após a traição de Judas Iscariotes. “Então, avançaram, deitaram as mãos a Jesus e prenderam-no. Jesus voltou-se para a multidão e disse: Viestes para prender-me com espadas e varapaus como se fosse um ladrão! Eu estava todos os dias sentado no templo, a ensinar, e não Me prendestes.” E dali levaram-no para o julgamento. (cf Mt 26, 50 ,55).

O quarto afresco, o mais trabalhoso e de rara preciosidade , pintado por Bosque, é o da cúpula da igreja, que retrata a Assunção de Nossa Senhora quando, tempos depois da Ascenção de Seu Filho, Jesus, Ela foi levada em corpo e alma ao céu pelos anjos. Celebra-se esta glorificação da Virgem , no mesmo dia de nossa padroeira, 15 de agosto.

Este templo, “o mais agostiniano de todos”, muito nos orgulha com toda sua riqueza e por suas pinturas, que retratam e descrevem um pouco da nossa fé e visualizam o sentido de nossas orações.

“ANJOS VÊM PARA ENSINAR A IGREJA A ESPERAR O SENHOR”

Seus pedidos e os meus são levados a Deus, / pelos anjos do Senhor, / que trazem de volta todo o amor que há no Céu. (Dalvimar Gallo)

Comemora-se em 29 de setembro o dia dos Arcanjos, São Miguel, que significa: Quem é como Deus?, São Rafael: Deus Curou, e São Gabriel: Força de Deus, e, ainda, em 02 de outubro, o dia dos Anjos da Guarda. Todos eles são mensageiros do Altíssimo junto aos homens. Suas imagens encontram-se nas mais diversas formas em nossa Paróquia.

Em quase todos os livros da Bíblia Sagrada eles aparecem sempre a serviço do Criador. No Antigo Testamento eles exprimem as relações, que Deus mantém com a humanidade. O Novo Testamento fala que eles estão a serviço de Deus e da humanidade. Santo Agostinho os descreve como “participantes da luz de Cristo”.

A hierarquia angélica compõe-se de Serafins, Querubins, Tronos – a Ordem Superior, Dominações, Potestades e Virtudes – a perfeição da Criação, removem os obstáculos que interferem na Criação de Deus. Os Principados, os Arcanjos (os príncipes dos Anjos) e os Anjos Guardiões – os que estão mais perto da humanidade e executam as ordens de Deus.

Tantas passagens na História Sagrada eles atuaram, sem nos esquecermos da cura de Tobit, pai de Tobias (Tb 3, 16-17), da Fornalha ardente (Dn 3, 91-95), da Cova dos leões (Dn 6, 23), da Anunciação de Maria (Lc 1, 6-38), do Nascimento do Salvador (Lc 2, 13-15),

Estão sempre a nos ouvir, pois, como diz o cântico: “sempre que elevamos louvores aos Céus, são os anjos que os entregam nas mãos de Deus”. No ambiente onde estão presentes sempre deixam a paz e a candura divina.

Em nosso Templo:

Por volta de 1941, na gestão do pároco Padre Frei Pedro Alvarez, foram instituídas as imagens dos 22 anjos que guarnecem a nave da igreja, sendo dois no presbitério e os dos altares do Sagrado Coração de Jesus e de N. S. da Consolação, tendo, cada um, um símbolo representando uma virtude ou uma atividade que eles exercem, e, ainda, uma tocha de luz que ilumina a igreja para acompanhar simbolicamente toda a Liturgia, hoje totalizando 26 anjos e inúmeros querubins.

Que nós possamos com e como os anjos amar e servir o Senhor, sabendo que eles já louvam e cantam “Glória a Deus no mais alto dos Céus”.

AS DUAS COLUNAS DA IGREJA: EXEMPLOS DE EVANGELIZAÇÃO E FÉ

São Pedro e São Paulo são considerados as duas colunas da Igreja. São exemplos de fé e vida verdadeira, na evangelização dos ensinamentos de Jesus.

Damos destaque às duas imagens de São Pedro e São Paulo localizadas nas laterais do presbitério, acima das portas das sacristias, desde 1942.

Simão Barjonas, depois denominado Pedro, por Jesus, era da cidade de Cafarnaum, na Galileia. Pescador do lago de Tiberíades, sendo mais velho que Jesus, a quem o Mestre confiou as chaves da Igreja: Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus e o que ligares na terra ficará ligado nos céus; e o que desligares na terra, será desligado nos céus. (cf Mt 16, 18-19). Acompanhou toda a pregação, milagres e a Transfiguração do Messias. Chegou a vacilar na fé, negando o Mestre. Mas chorou arrependido e se deslumbrou com a ressurreição dEle. Recebeu o Espírito Santo, em Pentecostes e depois, em Roma, sob perseguição do imperador Nero Cláudio César Augusto Germânico, cerca de 67 d.C., foi martirizado e crucificado de cabeça para baixo, para não se igualar ao Mestre, sendo o primeiro Papa da história.

Saulo, depois denominado Paulo, o arauto do cristianismo, era da cidade de Tarso, na Síria e confeccionava tendas. Cidadão romano, que perseguia os cristãos. A caminho de Damasco, derrubado de seu cavalo, teve uma visão com Jesus, o Ressuscitado, que o escolheu para ser um dos mais ardorosos apóstolos. Levou o Evangelho aos povos da Ásia Menor, Grécia e localidades daquela época. Viveu sete anos em Antioquia. Praticamente, em cada local que passou instituiu Comunidades cristãs. Deixou-nos suas epístolas, no Novo Testamento, o maior exemplo de toda evangelização. Lendo uma dessas cartas de São Paulo, Agostinho se converteu e tornou-se um dos principais doutores da Igreja. Foi como São Pedro, martirizado em Roma, o que fez crescer a fé à posteridade àqueles que se convertiam ao cristianismo.

VITRAIS

São João de Sahagun

Entre os altares de Santo Antônio e de Nossa Senhora de Fátima está o vitral com a figura de São João de Sahagun.

São João nasceu na vila de Sahagun, pertencendo ao bispado de León. Desde seus primeiros passos já se vislumbrava nele um grande servo de Deus que, com sua virtude e sabedoria, haveria de ser o Sal da Terra e o grande apóstolo da Igreja de Jesus Cristo. Sendo ainda menino, quando os garotos da sua idade cometiam alguma falta, advertia-os, com muita doçura e graça.

Estudou gramática no convento de Beneditinos de Sahagun, com singular aproveitamento, logo seus pais perceberam que todas as suas aspirações se reduziam a ser santo. Ingressou na Ordem de Santo Agostinho aos 18 de junho de 1463.

Seus trabalhos apostólicos em Salamanca ajudaram muito a cidade nas lutas que ali havia. Foi o grande pacificador de Salamanca. Ao ser sepultado, puseram sobre seu sepulcro a seguinte inscrição: Hic jacet per quem Salmantica non jacet (Aqui jaz sepultado aquele por quem Salamanca não jaz sepultada).

Porém, o que principalmente distinguiu São João de Sahagun? Foram os inauditos favores, que de Jesus recebeu, no adorável sacrifício da missa. Diz-se que: “Celebrava Missa, escrevia com suma devoção. E, com isto, se sentia muito bem. Que maior prazer pode advir a uma alma do que ver com os olhos da carne o seu Criador, do que ver sua humanidade santíssima e gozar nesta vida de tal grandeza e tesouro, e isto não uma nem duas, mas milhares de vezes, como o santo via Jesus, o Cristo, Nosso Senhor, com suas chagas mais resplandecentes que o sol, extasiando-se com tais aparições? Por isso demorava muito na celebração da missa, tendo sido repreendido pelos superiores que, tomando conhecimento da causa, pediram-lhe que abreviasse um pouco mais o tempo da celebração. E nisto foram obedecidos.”

Morreu este insigne religioso em 11 de junho de 1479, em Salamanca, Espanha.

Fonte: Agostinianos – Amantes da Eucaristia. Tradução do Espanhol.

Santa Clara de Montefalco

Santa Clara de Montefalco, presente num dos vitrais deste riquíssimo templo agostiniano, está localizado entre os altares de Santo Antônio e São Nicolau de Tolentino.

Nasceu esta esclarecida Virgem Agostiniana em Montefalco, povoado na região da Úmbria, Itália. Dizem que, quando jovem, pertenceu à Ordem Terceira de São Francisco, razão pela qual tem-na, a Ordem Franciscana, como religiosa sua. Ingressou ainda jovem no convento agostiniano de Santa Cruz, fundado por uma irmã dela, chamada Joana, na qual era, naquela época, a Superiora do convento. Morreu com fama de insigne santidade, tanto que na Ordem Agostiniana é conhecida como Beata Joana de Montefalco.

Certa ocasião apareceu-lhe Jesus com a cruz às costas e disse-lhe: Clara, minha filha, ando a buscar um lugar firme onde eu possa colocar esta Cruz, e não há outro mais a propósito que o teu coração, onde possa pô-la e encravá-la. Recebe-a, filha minha, e dá-me teu coração, para que morras nesta Cruz. A partir daquele momento Clara ficou inundada de um amor especial a Jesus, e com uma acerba dor no coração e em todo o peito. Revelou ela mesma a algumas religiosas de sua comunidade, momentos antes de morrer, o grande milagre que mantinha em seu coração. Sabe-se que, depois de sua morte, ao abrirem seu peito, encontraram dentro de seu coração, admiravelmente gravadas todas as insígnias da Paixão do Senhor: a cruz, a coroa de espinhos, os cravos, a lança, a esponja oferecida a Jesus (que foi embebida em fel e vinagre). Tudo isso se achava formado pela própria carne e pelos pequenos nervos do coração. E o que é mais estupendo, a mesma forma se encontra incorruptível até os nossos dias, assim como todo o corpo da santa, mesmo com o passar desses 700 anos.

Em certa ocasião, não podendo comungar com suas irmãs, estava em sua cela muito triste e magoada, com a fome que tinha de receber este divino manjar, apareceu-lhe o Senhor e lhe ministrou a Comunhão, dando-Se Ele mesmo a ela, sacramentado, com Suas próprias mãos: dádiva esta insigne dentre as já realizadas, em que o Senhor faz a cada dia aos seus servos, que resplendecem na devoção deste Santíssimo Sacramento. Bendito seja Ele, que assim favorece de mãos abertas aos que O amam e O servem.

Santa Clara morreu no dia 17 de agosto de 1308, aos 40 anos, e foi vista por três almas santas subir imediatamente ao céu, acompanhada de inúmeros anjos e santos.

Fonte: Nossos Santos Agostinianos de Antonio Sanchez Carazo, OAR.

Um lindo vitral, localizado entre os altares de São Nicolau de Tolentino e do Sagrado Coração de Jesus, mostra a imagem de Santo Alípio, o companheiro de todas as horas de Santo Agostinho, que esteve com ele desde a juventude, isto é, antes de seu batismo e conversão, à fundação de sua Ordem.

Alípio foi aluno de Agostinho em Tagaste, onde nasceu. Depois estudou em Cartago e, posteriormente, em Roma. Lá fez seus primeiros trabalhos como advogado, junto com Agostinho, transferiu-se para Milão e converteu-se, em 387, quando se batizaram. Após um ano, voltaram para a África e fundaram a comunidade religiosa de Tagaste. Esteve na Itália por três vezes, entre os anos de 419 e 430.

Alípio, o homem fiel, amigo verdadeiro. Não foi o segundo de Agostinho, e sim sua alma gêmea, irmão de meu coração (como Agostinho o chamava), confidente, seu refúgio e descanso nas grandes batalhas. Foi o seu braço direito, seu inseparável companheiro nas grandes batalhas, seu embaixador no exterior. Demonstrou isso até nos pequenos detalhes e nos momentos difíceis.

Assim como não sabemos quando nasceu, tampouco conhecemos o momento de sua morte. Desde que Agostinho morreu, no ano de 430, e os vândalos conquistaram a África romana, cessaram as notícias sobre Alípio e de todo o mundo agostiniano. É como se, com o pai, também tivesse desaparecido a estirpe.

Esteve sempre junto de Agostinho, seja religiosamente ou nas lutas contra os hereges, donatistas e pelagianos. Na missão de Cartago, para escolher o sucessor de Equício, o bispo deposto, e em outros conflitos mais.

Viajou para o Oriente, onde viveu, para resolver certas dificuldades com São Jerônimo. Foi escolhido bispo de Tagaste, sua cidade natal, em torno de 394, antes que Santo Agostinho fosse nomeado em Hipona.

O martirológio romano nos dá notícias de sua festa litúrgica, a partir de 1584. Na época, celebrava-se no dia 18 de agosto. No século XVII, os Cônegos Regulares e a Ordem de Santo Agostinho incluíram-no em seus calendários próprios. Hoje em dia, toda a família agostiniana celebra sua memória, junto com a de Possídio, no dia 16 de maio.

Alípio é, junto com Mônica, a pessoa que fez de Agostinho Santo Agostinho.

Fonte: Nossos Santos Agostinianos, de Antonio Sanchez Carazo, OAR e Liturgia Agostiniana das Horas.

A festa de Corpus Christi, celebrada sempre numa quinta-feira anterior à festa do Sagrado Coração de Jesus, teve a inspiração de uma freira agostiniana, hoje Santa Juliana de Corneliòn, que devido a uma visão, significou ser a eleita para iniciar na Igreja a solenidade em honra ao Corpo de Cristo.

O vitral de nossa igreja localizado entre os altares de Santa Inês e São José demonstra a figura de Santa Juliana de Corneliòn, nascida em Retina, pequeno povoado da Bélgica, distante a umas duas léguas da cidade de Liège, no ano de 1192. Tomou o santo hábito religioso no convento das Agostinianas de Corneliòn, situado em Liège, no ano de 1206, e aos dois anos começou o Senhor a favorecê-la em suas contínuas orações, representando-se em visão a figura da lua clara e iluminada, porém, com uma mancha negra que atravessava e cortava seu disco. Esse fenômeno se repetiu muitas vezes, deixando Juliana angustiada e com incerteza acerca do que poderia o Senhor querer com isso. Até que, achando-se certo dia em fervorosa oração, foi-lhe revelado sobrenaturalmente que a lua daquelas visões representante a Igreja Militante de Cristo e a mancha que cortava seu disco, privando-lhe de seu brilho completo, significava para que o culto externo da Igreja luzisse com todo o seu brilho, faltava a ela uma solene festividade, que havia assim chegado o tempo de instituí-la e que fosse celebrada em todo o mundo cristão, que estava escrito nos decretos eternos que a instituição da augusta Sagrada Eucaristia fosse solenizada, não somente na Quinta-feira Santa, em que a Igreja celebra também outros mistérios, mas em um dia fixo, e por uma solenidade especial. O então bispo da cidade de Liège, Jacques Pantalleon de Trayes, foi quem instituiu a festa em sua diocese. Depois, o bispo foi indicado Papa adotando o nome de Urbano IV. Ampliou a comemoração para toda a Igreja Católica, em 11 de agosto de 1264, pela bula Teansiturus de hoc mundo, provando a veracidade de Juliana, a eleita por Deus, para que, mediante sua iniciativa, fosse instituída na Igreja a festa mais grandiosa com que se glorifica na terra ao Deus na Eucaristia, ou seja, a Festa de Corpus Christi, fazendo-se compreender aquilo de que Deus queria se valer, para implantar em Sua Igreja tão excelsa solenidade.

Possídio

Entre os altares de Santa Inês e Santa Rita está o vitral com a figura de São Possídio, que esteve com Santo Agostinho no início da formação da Ordem Agostiniana.

Ele nasceu na África do Norte, em ano ignorado. Pouco é conhecido da sua infância e mocidade. Depois de descrever a morte de Santo Agostinho, fala da grande amizade dos dois, escrevendo os últimos quarenta anos de vida dele. Foi, portanto, o primeiro biógrafo de Agostinho.

Foi nomeado Bispo de Calama, hoje Guelma, Nordeste da Argélia, em 397. Lá enfrentou oposição dos Donatistas. Em certa ocasião, tais extremistas atearam fogo a uma casa, que Possídio estava visitando. Sofreu violências por defender a Igreja de Cristo e a bandeira de Agostinho. Em 408, quase perdeu a sua vida em uma revolta incitada pelos pagãos de Calama. Possídio escapou da morte quase por um milagre.

Santo Agostinho já era seu amigo, mestre e um verdadeiro pai. Escreveu certa vez, sobre ele, numa carta enviada ao bispo italiano Memório: Em Possídio encontrarás não um pouco da minha pessoa… ele foi educado, não à base dessas disciplinas que os escravos dos apetites chamam “liberais”, mas por mim, à custa de muitos desvelos; na medida de minhas limitações, alimentei-o com o pão do Senhor.

Em 409, foi ele um dos quatro bispos enviados em missão à Itália, para obter a proteção do Imperador contra os Donatistas. Foi também um dos sete bispos escolhidos para representar o partido católico no Concílio de Cartago, em 411. Nesta oportunidade, conseguiu o fim do Donatismo.

Possídio se refugiou com Agostinho dentro das paredes de Hipona, quando os Vândalos invadiram a África. Lá em Hipona esteve presente à morte de Agostinho, em 430. Seguindo-lhe o exemplo, estabeleceu um mosteiro em Calama, cidade a que ele voltou em 437, exilado pelo rei Hunmeric que suprimiu o Cristianismo e o Arianismo nos territórios que conquistou. Durante este tempo de exílio, Possídio completou o seu famoso livro Vita S. Augustini (A vida de Santo Agostinho).

Com a biografia que escreveu de Agostinho, ele completa o que faltava às Confissões, que o próprio Agostinho escrevera. Num estilo sóbrio e de informações diretas e exatas. Só se ocupa em registrar aquilo que nele vi e guardei de seus lábios, esclarece Possídio. Com essa apresentação que de si mesmo havia feito na biografia de Agostinho, isto poderia ser agora seu melhor epitáfio: o último entre todos os ministros dos mistérios de Deus.

Morreu no exílio, por volta do ano 437, em Calama.

Fonte: Nossos Santos Agostinianos de Antonio Sanchez Carazo, OAR.

Santa Josefa

Josefa Maria de Benigánim, conheceu a graça do Senhor. Um lindo vitral mostra a sua imagem, localizado entre os altares de Santa Rita de Cássia e de Nossa Senhora da Consolação.

Nascida em modesta família valenciana – Espanha, em 9 de janeiro de 1625, cedo perdeu o pai. Superando dificuldades, ingressou como irmã leiga, em 25 de outubro de 1643, no convento de observância descalça das agostinianas de Benigánim. Com vida marcada por manifestações extraordinárias, dotada de grande espírito de contemplação, jamais abandonou a simplicidade nos trabalhos pela comunidade. Embora analfabeta e de qualidades intelectuais pouco relevantes, possuía dom de Conselho e conhecimentos teológicos admiráveis. Seus êxtases eram surpreendentes. Assim, foi promovida, em 18 de novembro de 1663, a irmã de coro. Batizada como Josefa Teresa, na Ordem chamou-se Josefa Maria de Santa Inês, sendo habitualmente apontada como Madre Inês. A 21 de janeiro de 1696 faleceu. Beatificada por Leão XIII, em 1888, tem a memória celebrada em 22 de janeiro, e seus restos conservados no convento das Agostinianas de Benigánim. Que seu exemplo de humildade e serviço possa contribuir para o nosso processo de conversão a Deus.

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